A tapioca é um produto típico do Brasil, original da Floresta Amazônica, mas que hoje faz parte da dieta de milhões de pessoas ao redor do mundo. O seu sucesso data de muitos anos atrás: Pêro Vaz de Caminha, escritor português que acompanhou o descobrimento do Brasil em 1500, escreveu em uma das cartas enviadas ao rei de Portugal: “Faz-se por aqui umas broas chamadas beijus tão alvas e saborosas que superam e muito o pão desse reino”.
Essa fécula, tão comum nos cardápios das regiões Norte e Nordeste do Brasil, é extraída da mandioca. Da produção da farinha – feita com a raiz triturada e prensada -, escorre um líquido leitoso que depois de decantar dá origem à fécula úmida – puro carboidrato, matéria-prima para os beijus. Seu valor nutricional é pobre, mas não se pode dizer o mesmo da sua versatilidade no campo gastronômico. Parece incoerência, falar que um alimento sem fibras, proteínas e com alto valor glicêmico contribui para um estilo de vida saudável e equilibrado. Mas é isso mesmo!
A tapioca é um alimento feito com um único ingrediente, a fécula de mandioca. Ela não contém gordura, glúten, sódio e não necessita de óleo no preparo. Já seus substitutos, como por exemplo o pão, necessitam vários componentes na massa, o que aumenta seu valor calórico. Além disso, essa raiz tem a importante propriedade de ser neutra, o que ajuda a estabilizar o pH do corpo. Por isso, é usada em dietas alcalinas, auxiliando no tratamento da acidez do intestino e melhorando sua flora. Não à toa, o Padre José de Anchieta, apelidou a iguaria de “pão dos trópicos”. A tapioca, por ser um alimento neutro – sem cheiro, sabor ou acidez – aceita todo tipo de recheio.
* Texto adaptado do site www.boaforma.abril.com.br